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Para Ana Moser, Rio-2016 precisa incentivar a prática do esporte para todos

11.11.2009  |    1.400 visualizações TERCEIROSETOR

Ex-jogadora de vôlei e diretora do Instituto Esporte Educação defendeu, no 2º Fórum Caravanas do Esporte e da Música, que políticas públicas devem privilegiar o acesso às atividades esportivas

Aracaju (SE) – Trabalhar na base do esporte através de políticas públicas e privadas que privilegiem o acesso às atividades esportivas ao maior número possível de pessoas, não só a atletas de alto rendimento. Esta proposta foi defendida pela ex-jogadora da seleção brasileira de vôlei, Ana Moser, durante o 2º Fórum das Caravanas do Esporte e da Música. O encontro, encerrado domingo, em Aracaju (SE), foi uma iniciativa da ESPN, em parceria com o Instituto Esporte Educação (IEE), de Ana Moser, o Instituto Sol da Liberdade, da cantora Daniela Mercury, e o UNICEF.

Diretora do IEE, que hoje atende mais de nove mil crianças e jovens em 40 núcleos esportivos e sócio-educativos espalhados pela cidade de São Paulo, interior paulista e Rio de Janeiro, Ana Moser acredita que a abertura de mais espaços para a prática de esporte gera um processo de massificação que, naturalmente, possibilitará o surgimento de um número maior de atletas talentosos que, após treinamento de alta performance, representarão o país nas principais competições nacionais e internacionais.

O 2º Fórum Nacional das Caravanas do Esporte e da Música reuniu 131 representantes de 40 cidades visitadas pelas Caravanas e contou com a participação de atletas, artistas e professores dos projetos parceiros do evento, como Sócrates (futebol), Ida (vôlei), Claudinei Quirino (atletismo), Diogo Silva (taekwondô), Soraia André (judô), Patricia Medrado (tênis), Zezé (handebol) e Antônio Carlos Barbosa (basquete). O Fórum teve ainda dois conferencistas internacionais : a queniana Auma Obama, irmã do presidente norte-americano Barack Obama, e o colombiano Jaime Restrepo.

No encontro, Ana Moser falou sobre esta iniciativa da ESPN, da importância da Olimpíada 2016 no Rio de Janeiro para o surgimento de novos atletas de ponta e também sobre o esporte como ferramenta de inserção social na África e no Brasil. As Caravanas do Esporte e da Música atenderam, nos últimos cinco anos, 100 mil crianças, capacitaram 11 mil professores e atingiram, através da rede pública, 1 milhão de crianças e jovens.

O FÓRUM
"O movimento da Caravana amadureceu do primeiro Fórum no ano passado para este. O conteúdo foi bem completo e a ação de cada município visitado está evoluída e acima da expectativa. O 2º Fórum serve para legitimar o avanço e o núcleo movimento, que estamos criando aqui, ampliará e capacitará o atendimento nessas cidades. A verdadeira cultura do Brasil é feita em cada município, por cada um de nós.”

"Minha expectativa é transformar este momento em um grande movimento de vida saudável. Queremos que todos percebam que a solução para a ociosidade é simples e acessível. A expectativa é impactar e possibilitar que a realidade das crianças mude com ações educacionais regulares”.

CARAVANA DO ESPORTE
"Do coração do semiárido, passando pelos rios amazônicos e pelas aldeias indígenas do Centro-Oeste, convivemos com grupos de brasileiros geograficamente e socialmente isolados, em municípios que carecem de estrutura e informação.”

"Conversamos frente a frente com prefeitos e secretários, mas também com caciques, diretores de escolas e professores. Conversamos e fizemos com que os diferentes grupos conversassem entre si, tendo como eixo articulador a Caravana, com todo o movimento que ela causa quando passa.”

OLIMPÍADAS 2016
"O Brasil vai passar por um momento muito especial, em que o esporte ganhará enorme visibilidade. Acho que as políticas públicas devem se voltar para ajudar o maior número possível de pessoas e não só para atletas de alto nível ou de performance. Se tivermos investimentos no esporte educacional, ou esporte para todos, estaremos dando passos para a massificação que, naturalmente, gerará talentos que, detectados no momento certo, transformar-se-ão em atletas de alto rendimento e garantirão resultados expressivos para o Brasil no cenário internacional”.

ESPORTE PARA TODOS
"A possibilidade de oferecer esportes para todos naturalmente criará novos talentos numa visão de longo prazo. O inverso não é possível, ou seja o alto rendimento não ajuda o esporte para todos. Claro que nem todos se tornarão atletas, mas com uma metodologia comprometida pode-se despertar nos jovens a cidadania, aplicar o esporte, a música e a arte para contribuir com valores como autoestima, companheirismo e convívio social”.

BRASIL E ÁFRICA
"O Brasil e os países da África vivem situações bem diferentes, mas as ações sociais são parecidas, tentando levar educação, autoestima e companheirismo, por meio de exercícios e jogos que tem base nos esportes”.

João Pedro Nunes – Mtb 11.675
E-mail: Nunes@zdl.com.br
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