MUITA FESTA, CHUVA E FRIO, NA LARGADA DA VOLVO OCEAN RACE
12.11.2005
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VELA
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Largada da 1º perna
Luiz Doroneto
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Brasil 1 saúda público em Vigo
Luiz Doroneto
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Torben se prepara para largada
Luiz Doroneto
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Brasil 1 larga para a primeira etapa
Luiz Doroneto
Cerca de 2000 barcos e mais de 70 mil pessoas acompanharam os primeiros momentos da regata de volta ao mundo
Vigo (Espanha) A primeira perna da Volvo Ocean Race, a mais tradicional regata de volta ao mundo, começou neste sábado com muita festa, chuva e frio em Vigo, na região espanhola da Galicia. Os sete veleiros largaram pontualmente às 11 horas (14 horas na Espanha), após o rei Juan Carlos I, da Espanha, disparar um tiro de canhão de dentro do galeão sueco Gotenburgo.
A esquadrilha da fumaça espanhola deu um belo espetáculo durante quase 30 minutos, fazendo evoluções ousadas na raia de Vigo. No final da apresentação, os sete aviões formaram lado a lado e soltaram fumaça amarela e vermelha, as cores da bandeira da Espanha.
Na água, cerca de 2000 embarcações de todos os tamanhos formavam uma linha junto à área permitida para que ancorassem, como uma grande arquibancaba de um estádio de futebol. Na costa, cerca de 70 mil pessoas foram ver a passagem dos veleiros rumo à Cidade do Cabo, na África do Sul, apesar da chuva constante e frio em torno de 8 graus.
O Brasil 1, primeiro barco brasileiro a disputar a competição, fez uma largada conservadora com ventos fracos com 8 nós. O time, comandado por Torben Grael, foi o quinto a cruzar a linha de largada e passou em sexto na primeira marca, cinco milhas depois. Agora, os brasileiros têm pela frente 6400 milhas náuticas (11800 km) e cerca de 19 dias velejando.
Após duas horas de regata, já em alto-mar, o Brasil 1 superou o ABN Amro Two e reassumiu a quinta colocação. Na frente, desde o início, o Ericsson (Suécia), seguido pelo espanhol movistar, Piratas do Caribe (Estados Unidos), ABN Amro One (Holanda). Em último, os australianos do Brunel Sunergy.
O barco da Austrália, aliás, anunciou na sexta-feira o patrocinador que irá viabilizar sua participação nesta edição da Volvo Ocean Race, a Sunergy, uma fabricante de placas de energia solar da Holanda.
A previsão é de que os barcos peguem ventos fortes, superiores a 20 nós, em mar aberto. Já na saída da baía de Vigo, os veleiros encontraram ventos com 10 nós. Com essas boas condições, há a possibilidade de quebra do recorde de velocidade de um monocasco, que está em poder do movistar, que completou 980 quilômetros (530 milhas náuticas) em 24 horas, na travessia entre Austrália e o Brasil, no dia 6 de abril.
Segundo o espanhol Guillermo Altadill, timoneiro do Ericsson, o Brasil 1 é o grande adversário dos suecos nesta primeira perna. \"O Brasil 1 tem bons velejadores e deverá velejar bem neste início de competição. Acredito que só depois de passarmos pela linha do Rio de Janeiro que começarão a se definir os primeiros que chegarão à Cidade do Cabo\". Altadill fez parte da tripulação até alguns meses atrás, antes de mudar para o Ericsson.
Após a primeira prova da Volvo Ocean Race, disputada no dia 5 numa regata local, em Sanxenxo, o Ericsson Racing Team/SUE (Neil McDonald/ING) lidera com 3,5 pontos ganhos, seguido do Brasil 1, com 3, Piratas do Caribe/EUA (Paul Cayard/EUA), com 2,5, movistar/ESP (Bouwe Bekking/HOL), com 2, ABN Amro Two/HOL (Seb Josse/FRA), com 1,5 e ABN Amro One/HOL (Mike Sanderson/NZL), com um 1. O Sunergy não disputou a regata local e ainda não pontuou. No próximo fim de semana, os sete veleiros devem passar por Fernando de Noronha, o primeiro portão da edição 2005/2006 da regata. A pontuação dada será a mesma das regatas locais.
O Brasil 1 é patrocinado por VIVO, Motorola, QUALCOMM, HSBC, Embraer, ThyssenKrupp, NIVEA Sun, Ágora Senior Corretora de Valores e Governo Brasileiro através da Apex (Agência de Promoção das Exportações do Brasil), Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, Ministério do Turismo e Ministério dos Esportes e apoio especial da Varig.
A Volvo Ocean Race terá oito meses e os competidores navegarão por 31.250 milhas náuticas, mais de 57 mil quilômetros. A regata de volta ao mundo passa pela Cidade do Cabo (África do Sul), Melbourne (Austrália), Wellington (Nova Zelândia), Rio de Janeiro (Brasil), Baltimore, Annapolis e Nova York (Estados Unidos), Portsmouth (Inglaterra), Roterdã (Holanda), com chegada prevista para 17 de junho em Gotemburgo (Suécia).