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FUTEBOL

Kleiton Lima quer Brasil campeão do Torneio Cidade de São Paulo para fechar ano vencedor

Conheça um pouco mais sobre técnico brasileiro, que tem o desafio de vencer o Canadá na decisão, domingo, no Pacaembu

15.12.2010  |  105 visualizações
São Paulo (SP)- À frente da seleção brasileira de futebol feminino desde 2009, Kleiton Lima cumpriu com sobras a missão de classificar as "Meninas do Brasil" para a Copa do Mundo da Alemanha, em 2011, e para os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. As vagas vieram com o título invicto (7 vitórias em 7 jogos) do Campeonato Sul-Americano, disputado em novembro, no Equador.

O também técnico do Santos esteve à beira do gramado em 60 partidas nesta temporada, ou dirigindo o clube ou a Seleção, e só perdeu uma vez. Ele, agora, tenta o bicampeonato do Torneio Cidade de São Paulo, que terá a final contra o Canadá disputada às 17 horas do domingo, no estádio do Pacaembu. "A superação do grupo nos levou a mais esta decisão", afirmou Kleiton Lima. Nesta quarta-feira, às 22 horas, o Brasil faz uma prévia da final diante do Canadá, partida que decidirá o time ganhador da fase de classificação do campeonato.

Nesta entrevista, o técnico do Brasil fala dos tempos em que era jogador profissional nos Estados Unidos, do começo da carreira de técnico e da evolução do futebol feminino. Também não deixou de lado assuntos como o sonho de ser campeão mundial na Alemanha e do que espera da finalíssima diante do bom time do Canadá, outro classificado para a Copa do Mundo de 2011.


Como você vê o confronto com o Canadá pelo título do Torneio Cidade de São Paulo?
A seleção canadense é uma das grandes forças das Américas. Tanto é que desbancou os Estados Unidos no último Torneio do Concacaf e se classificou para a Copa do Mundo da Alemanha. Passa por uma das melhores fases de sua história, joga compacta e conta com a Christine Sinclair, para mim, uma das melhores jogadoras do mundo. Temos que entrar atentos em campo e não cometer erros, pois todos queremos fechar a temporada com chave de ouro.

Qual é importância da realização de um torneio como o Cidade de São Paulo para a Seleção?
Este, em especial, está sendo fundamental para nossa preparação para a Copa do Mundo da Alemanha, no ano que vem. Sem falar, que esta competição serviu para lançar a atacante Thais, que vem se destacando nas seleções de base e no Santos já há algum tempo. Também pudemos promover a estreia da ala Joice, convocada no lugar da Maurine, que se contundiu. Sem falar que este torneio aproxima a torcida brasileira de atletas como Marta, Formiga, entre outras, o que é muito bom.

A meta para 2011 será o Mundial. Você acha que o Brasil pode levantar a taça de campeão?
Meu grande sonho é conquistar o título da Copa do Mundo. Sei que, para isso, é preciso trabalhar muito forte, com força, garra e determinação. Contaremos com um grupo forte, habilidoso e que tem na união uma de suas principais armas. Será uma competição difícil, mas temos plenas condições de lutar pelo título.

Como analisa a temporada de 2010 para o futebol feminino brasileiro?
Para mim, foi uma temporada muito boa, com a conquista do Campeonato Paulista e o bi da Libertadores pelo Santos e o título invicto do Campeonato Sul-Americano do Equador pela Seleção brasileira. Somando os dois, até aqui, foram mais de 60 jogos disputados e apenas uma derrota sofrida, o que prova a qualidade do trabalho que temos desempenhado. O futebol feminino cresceu em estrutura e ganhou um número maior de apoiadores. A expectativa é que isso siga acontecendo, pois a modalidade tem um potencial de crescimento muito grande ainda.

Como a seleção brasileira feminina entrou na sua carreira?
Em 2008, graças ao trabalho realizado no Santos, recebi o convite para dirigir a Seleção e conquistei o título do Sul-Americano e a participação no Mundial da categoria. Em 2009, passei a comandar a equipe brasileira, com o principal objetivo de garantir presença na Copa do Mundo da Alemanha e nos Jogos Olímpicos de Londres. A meta foi alcançada, graças ao título invicto do Sul-Americano do Equador, disputado neste ano. Agora, quero dar sequência a este trabalho na Copa e na Olimpíada.

Como teve início a sua carreira de treinador?
Se deu logo que retornei dos Estados Unidos, onde jogava futebol profissional pelo San Francisco United Soccer Club, e esta equipe tinha um time feminino com a mesma estrutura do masculino. A partir daí, começou a brotar no meu coração o desejo de fazer o mesmo no Brasil, o país do futebol. Mas não tinha, naquela época, condição muito grande de acolher meninas para jogar. Quando voltei ao Brasil, com a ideia na cabeça de montar uma academia de futebol feminino, fundei o Spy, em Itanhaém (SP), e apareceram muitas meninas.

Foi este trabalho que resultou na ida para o Santos?
A ideia do Spy deu tão certo que, em 1997, após atuar nas equipes masculinas de base do Santos como preparador físico, trabalhando com feras como Diego, Robinho, Paulo Almeida, Alex e outros, assumi o comando do time de futebol feminino. Desde então, o trabalho ocorreu de forma gradual, foi crescendo e as conquistas aparecendo. Além disso, tive a chance de revelar jogadoras para a modalidade.

Como foi a experiência de ajudar o técnico Carlos Alberto Parreira na Copa do Mundo de 1994?
Estava jogando no San Francisco United Soccer Club, equipe que tinha sido campeã da Califórnia. O time estava fazendo uma pré-temporada junto com a seleção da Rússia, o primeiro adversário do Brasil na Copa do Mundo. Depois do fim da União Soviética, era a primeira vez da Rússia no Mundial. Por isso, ela veio com todos os segredos e fizeram os treinamentos para enfrentar o Brasil escondidos. Só que eu estava jogando e treinando junto com o time russo por causa da minha equipe. Foi uma coincidência. Então, a mídia brasileira descobriu que tinha um brasileiro treinando com os russos, que estava vendo os treinos secretos, e me apresentaram para a comissão técnica da Seleção. Colaborei com o Parreira e com Zagallo com um dossiê do que a Rússia estava preparando para enfrentar o Brasil.

Você pensa em comandar um time masculino?
Minha vida está na mão de Deus. Eu sei que Deus me chamou para essa missão no futebol feminino. No momento, estou focado no trabalho com a seleção brasileira, já que garantimos classificação à Copa do Mundo e aos Jogos de Londres. E, também no Santos, em que temos conseguido títulos inéditos e importantes também.

O II Torneio Internacional Cidade de São Paulo é uma realização da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, com promoção da Sport Promotion e apoio da Prefeitura de São Paulo, da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), da Federação Paulista de Futebol e do Grupo Bandeirantes de Comunicação, que está transmitindo as oito partidas da competição pelos canais BandSports, Band Internacional e TV Bandeirantes.

Mais informações no site www.sportpromotion.com.br/ticsp2011

Roberto Pierantoni - MTb.: 18.194 / Frederico Batalha
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  • Kleiton Lima, técnico do Brasil
    (Bruno Miani / ZDL)

  • Kleiton Lima
    (Bruno Miani / ZDL)

  • Marta, camisa 10 do Brasil
    (Bruno Miani / ZDL)

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