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Beto Pandiani e Igor Bely retomam viagem após enfrentarem tempestade

14.07.2008  |    148 visualizações VELA

Velejadores pretendem conectar o Chile à Austrália, atravessando todo o Oceano Pacífico Sul a bordo de um catamarã sem cabine

São Paulo (SP) – Beto Pandiani e Igor Bely deram seqüência à Travessia do Pacífico, viagem que pretende conectar o Chile à Austrália, atravessando todo o Oceano Pacífico Sul a bordo de um catamarã sem cabine. Os velejadores deixaram nesta segunda-feira a pequena ilha de Niuatoputapu, no arquipélago de Tonga. A dupla fez uma escala de três dias no local, após superar uma tempestade em alto mar, com ventos de até 35 nós.

“As últimas duas paradas não estavam no cronograma. Acabamos ficando na mão por causa do mau tempo. Vamos ter fé que foi melhor assim. Como dizem, Deus escreve certo por linhas tortas", disse Pandiani.

Os velejadores passaram por momentos assustadores nesta etapa da viagem. Eles encararam ondas gigantes e tempestades de raios. A água entrava com freqüência nas barracas da dupla e os impedia de dormir durante a noite.

Além das dificuldades impostas pela natureza, eles ainda tiveram que superar problemas com o barco. As ondas danificaram a peça de sustentação do piloto automático, deixando o Bye Bye Brasil sem controle durante a noite em cinco ocasiões.

Superadas as dificuldades, Beto e Igor chegaram a Niuatoputapu. A pequena ilha tem aproximadamente mil habitantes e é um lugar muito pobre, praticamente sem energia elétrica ou saneamento básico. Os velejadores aproveitaram o período em terra firme para descansarem e realizarem pequenos ajustes no barco.

A parada em Tonga fez a dupla reprogramar o restante da travessia. Eles mudaram a rota utilizada e passarão próximos às Ilhas Fiji, antes de retomarem o caminho para a Nova Caledônia. Serão 1.070 milhas percorridas, que os velejadores pretendem superar em nove dias.

Mensagem para velejadores de Ilhabela - A distância não fez Beto Pandiani se esquecer de Ilhabela. O velejador utilizou seu telefone via satélite para participar ao vivo da premiação da 35ª Rolex Ilhabela Sailing Week, no último sábado. “Estou com muita saudade de Ilhabela, onde o mar é tranqüilo para se navegar. Obrigado aos nossos patrocinadores e amigos, que estão reunidos aí, e parabéns aos vencedores”, disse Pandiani.

O projeto da Travessia do Pacífico foi lançado em Ilhabela no ano passado, durante a Semana de Vela. A cidade do litoral paulista também foi a casa do Bye Bye Brasil em seu período de testes, quando o barco sofreu as adaptações necessárias para a realização da viagem.

A Travessia do Pacífico tem o patrocínio máster de Semp Toshiba, com patrocínio de Mitsubishi Motors, Fnac, Yahoo! Brasil, Ferrari Stamoid, Red Bull e Mantecorp. Os apoios são da Rede Accor Hospitality, Santaconstancia, North Sails, BL3, Reebok Sports Club, Yacht Club de Ilhabela, Osklen, Sigg, Barracuda, Holos e Arycom.

Para acompanhar todos os momentos da viagem, acesse o site oficial da Travessia do Pacífico: www.yahoo.com.br/travessia

Os velejadores

Beto Pandiani - brasileiro, 50 anos

Há 13 anos realiza expedições de alta performance pelos mais temidos mares do mundo. Foi o primeiro velejador a unir a Antártica ao Ártico a bordo de catamarãs sem cabine.

Igor Bely - francês, 24 anos
Viveu seus primeiros 18 anos a bordo do veleiro de seus pais. Com mais de 200 mil milhas (quase 400 mil km) navegadas, tem em sua trajetória mais de 20 expedições à Antártica e a regiões polares.

João Pedro Nunes – Mtb 11.675
E-mail: Nunes@zdl.com.br
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