Brasileiros apontam calor e quenianos como adversários na 83ª edição da São Silvestre
30.12.2007
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ATLETISMO
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Quenianos e brasileiros
Sérgio Shibuya/ZDL
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Robert e Franck
Sérgio Shibuya/ZDL
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Lucélia Peres
Sérgio Shibuya/ZDL
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As favoritas
Sérgio Shibuya/ZDL
Em entrevista coletiva, principais favoritos à vitória admitem preocupação com a temperatura elevada
São Paulo (SP) O calor promete ser um adversário a mais para os atletas brasileiros candidatos à vitória na 83ª Corrida Internacional de São Silvestre, nesta segunda-feira, com transmissão ao vivo das redes Globo e Gazeta. As largadas começam às 15h15, com os cadeirantes e categoria especial. Às 16h30 será dada a largada da elite feminina e 15 minutos depois da elite masculina e demais categorias. Em entrevista coletiva realizada neste domingo, no Hotel Trianon Paulista, em São Paulo, as principais forças brasileiras na prova demonstraram preocupação com a elevada temperatura na capital paulista, principalmente porque os representantes do Quênia estão acostumados a treinar sob sol forte.
Atual campeão, o mineiro Franck Caldeira vive o melhor momento da carreira, mas não promete nova vitória. Estou feliz por estar aqui mais uma vez e participar de outra edição da São Silvestre. A prova é uma grande festa, admito que tenho chances de conquistar o bicampeonato, mas existem outros brasileiros, além dos quenianos, que são adversários fortes, disse o campeão da maratona dos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro.
Para Franck, o calor pode ser um adversário a mais, embora não tenha feito uma preparação específica para correr com a temperatura elevada. Ao mesmo tempo que tem sol, chove. Em 2003, quando fui sexto, fiz uma tática totalmente voltada para o sol, mas caiu uma chuva muito forte antes da largada, contou Franck, que não se sente pressionado por ser o atual campeão. A pressão pelo bicampeonato não vai me atrapalhar. Agradeço a quem me considera favorito, mas para mim isso não interfere em nada.
Além de Franck, outros favoritos à vitória que participaram da entrevista coletiva foram o também mineiro João Ferreira de Lima, o João da Bota, e o baiano Giomar Pereira da Silva, vice-campeão da 10K Rio. João lidera o ranking CAIXA/Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), apenas 11 pontos à frente de Giomar. Além da importância da São Silvestre em si, ainda tem o duelo entre mim e o Giomar. Espero que vença o melhor, disse João da Bota. Vou torcer para um brasileiro vencer. No ano passado, perdi a quinta colocação na subida da Brigadeiro, mas agora estou mais bem preparado, contou Giomar.
Entre os quenianos, o bicampeão de 2002 e 2004 Robert Cheruiyot é o grande nome estrangeiro. Faço questão de participar da São Silvestre, prova em que me destaquei há alguns anos. Na minha estréia na prova, fiquei em 21º. lugar e fui parar no hospital. Desta vez, estou bem treinado e espero conseguir o tricampeonato, disse Cheruiyot, que recentemente ganhou um prêmio de US$ 500 mil pelos resultados no circuito de maratonas da Iaaf. Além das vitórias nas maratonas de Boston (2003, 2006 e 2007) e Chicago (2006), ele venceu ainda a Maratona de Milão (2002) e a Meia de Lisboa (2006).
Compatriota de Cheruiyot, Daniel Gatheru vai disputar a São Silvestre pela primeira vez. Estou há apenas duas semanas no Brasil fazendo adaptação ao fuso horário em Londrina (PR). Espero conseguir um bom resultado, disse Gatheru, terceiro colocado na 10K Rio, na semana passada.
Prova feminina - A queniana Alice Timbilili, vice-campeã nas meias maratonas da Filadélfia (EUA) e Saltillo (México) e terceira em Nova Delhi (Índia) é apontada como favorita na disputa feminina. Estou me sentindo bem para a prova, embora desconheça o percurso por se tratar da minha estréia na São Silvestre. Para mim o calor não deve ser um adversário, já que treino com sol ainda mais forte no Quênia, disse.
Pelo Brasil, a mineira Lucélia Peres, campeã no ano passado, promete brigar pelo bicampeonato. O Pan foi meu objetivo principal este ano. Agora é a reta final, tenho uma pequena lesão no calcanhar, mas estou bem treinada e com muita vontade de fazer uma boa prova. Desde a Volta da Pampulha faço um treinamento intensivo e espero que dê tudo certo, disse.
Para a goiana Marizete Rezende, a São Silvestre á a última chance de dar um final feliz a uma temporada difícil. Este ano não foi muito bom pra mim em virtude das contusões. Agora estou conseguindo treinar muito bem e quero correr forte, apesar de saber que a dor vai me acompanhar ao longo de todo o percurso, falou.
Já a alagoana Marily dos Santos, campeã do ranking CAIXA/CBAt mesmo antes da São Silvestre, acredita numa prova boa independentemente do calor. Sinto-me muito bem correndo com sol, mas o atleta sente quando está muito bem e, nesse caso, pode fazer sol ou chuva que nada atrapalha.
Também mineira, Maria Zeferina Baldaia venceu a São Silvestre em 2001 e promete brigar por um lugar no pódio. Estou bastante feliz pela oportunidade de voltar a disputar a São Silvestre. Também tive alguns problemas de contusões, mas agora estou totalmente recuperada. Meu objetivo é ficar entre as cinco primeiras. Se não der, completar a prova já será uma vitória., reconheceu.
Estrutura contra o calor - O calor não é uma preocupação apenas dos corredores, mas também dos organizadores da São Silvestre. Por isso, Manuel Garcia Arroyo, o Vasco, diretor técnico da prova, disse que foram feitas diversas melhorias. Haverá algumas motos para acompanhar os corredores ao longo do percurso e aumentamos o potencial de atendimento médico em 60%. Tudo para que o calor não seja um adversário tão temeroso. Também aconselhamos os participantes a parar imediatamente caso se sintam mal, aconselhou. Os organizadores ampliaram o número de copos de água de 450 mil para 600 mil.
Júlio Deodoro, diretor geral da São Silvestre, destaca a expectativa para a chegada da prova. Com a mudança de horários, as mulheres largarão 15 minutos antes dos homens. A tendência é os homens alcançarem as mulheres no último quilômetro de prova, dando uma emoção diferente, disse Deodoro, que encara com naturalidade as especulações sobre o clima desta segunda-feira. Todo ano a prova é disputada sob calor e chuva. Desta vez não será diferente.
A São Silvestre é uma realização da Fundação Cásper Líbero e promoção da Gazeta Esportiva Net e Rede Globo. A prova tem patrocínio de Wizard, Goodyear, CAIXA e Oi, com apoio especial da Prefeitura de São Paulo e do Governo do Estado de São Paulo. A organização é da Yescom e Events, com supervisão é da CBAt, FPA, IAAF e AIMS. A assessoria de imprensa é da ZDL.
ATENÇÃO - Na segunda-feira serão distribuídos dois textos, o primeiro por volta das 17h45 com o resultado das provas masculina e feminina e outro, às 18h45, com as entrevistas dos vencedores e fotos dos primeiros colocados.
Mais informações no site www.saosilvestre.com.br
João Pedro Nunes (Mtb 11.675) / Guto Francischini (Mtb: 45.553)
E-mail: zdl@zdl.com.br