São Paulo (SP) - Com a maior premiação da história, a participação de alguns dos melhores atletas do mundo e a presença da elite brasileira, com exceção de Marilson Gomes dos Santos, a 85ª Corrida Internacional de São Silvestre, que será disputada na tarde desta quinta-feira, com transmissão ao vivo da TVs Globo e Gazeta, tem tudo para ser a melhor de todos os tempos. A prova reunirá o número recorde de 21.000 inscritos.

A premiação total deste ano é de R$ 139,6 mil, sendo que os campeões no masculino e no feminino levam para casa um cheque de R$ 28 mil. A competição nunca reuniu um grupo tão forte de estrangeiros, o que deve garantir o alto nível técnico da corrida, e os brasileiros de destaque. Além disso, a prova tem excelente organização, que não deve nada a nenhuma outra no mundo.

"Estou muito feliz com a evolução do evento, fruto de um trabalho de vários anos e que atingiu um grau de excelência. Não tem como dizerem que a premiação não é atraente, que não há atletas de alto nível e que a prova não é conhecida e reconhecida mundialmente", comentou Thadeus Kassabian, diretor de Operações da Yescom. "É um caso de sucesso tanto técnico como de marketing e mídia."

Estrangeiros - Se depender do otimismo demonstrado na entrevista coletiva de imprensa, realizada no início da tarde desta quarta-feira, no Hilton Morumbi São Paulo, os corredores estrangeiros vão manter a hegemonia na disputa da São Silvestre, nesta quinta-feira por ruas e avenidas da capital.

O queniano Robert Cheruiyot, tricampeão da São Silvestre, por exemplo, garantiu que está mais bem preparado este ano do que em 2007, quando venceu a prova pela última vez. "Ao contrário de 2007, este ano resolvi focar a São Silvestre e treinar para ela. Ganhei em 2007, mas tive de me esforçar muito para garantir a vitória", prosseguiu Cheruiyot, de 31 anos, tetracampeão da tradicional Maratona de Boston (2003, 2006, 2007 e 2008), campeão de Chicago (2006) e de Milão (2002).

O também queniano James Kwambai, atual campeão da São Silvestre, disse que não está tão bem preparado como no ano passado porque não teve tempo de se recuperar direito do desgaste da disputa da Maratona de Nova York. Apesar disso, promete muito esforço. "Meu objetivo é a vitória e vou tentar correr para isso. Tive um ano maravilhoso, o melhor de minha carreira, e gostaria de fechá-lo com chave de ouro. Estou feliz por voltar ao Brasil e por passar o réveillon aqui novamente."

Campeão da Maratona de São Paulo e da Meia Maratona do Rio, Elias Chelimo, também do Quênia, mostrou-se confiante. "Fiz uma boa preparação e vou tentar fazer o máximo para ganhar a prova. Estou me sentindo forte e acho que vou fazer uma ótima corrida."

Pasalia Kipkoech Chepkorir, de 26 anos e apenas 1,42m de altura, não teve medo em afirmar que vai ganhar a São Silvestre. "Corrida de rua é muito simples. É treinar bem e correr rápido. E eu treinei e estou correndo rápido para ganhar", disse a campeã da Volta Internacional da Pampulha deste ano, com 1h00min39s, quebrando o recorde da prova que era da brasileira Lucélia Peres, desde 2005, com 1h00min57s.

Outras atletas também prometem brigar pelo título. A queniana Margaret Okayo, de 33 anos, tem muitas glórias no esporte. Bicampeã da Maratona de Nova York e campeã da Maratona de Boston, duas das mais tradicionais corridas do planeta, ela venceu também a São Silvestre de 2003 e é bicampeã e recordista da Meia Maratona do Rio de Janeiro. "Estou passando por uma fase excelente e acho que posso repetir a minha melhor performance em São Paulo", afirmou.

A etíope Derartu Tulu, de 37 anos, venceu este ano a Maratona de Nova York e agora vai tentar o bicampeonato da São Silvestre, prova que ganhou em 1994. "Estou muito feliz por ter voltado ao Brasil. Consegui bons resultados este ano e sei que vou ter adversárias de alto nível. Vou fazer minha corrida e o resultado será consequência disso", lembrou.

Já a sérvia Olivera Jevtic, de 32 anos, tentará o tricampeonato da prova (venceu em 1998 e 2005). Ela também fez questão de lembrar das fortes concorrentes. "È sempre difícil competir numa prova em que estão atetas do nível da Derartu Tulu e Margaret Okayo. Em São Paulo, tem a dificuldade adicional do percurso. Nunca gostei muito de correr em subidas como a da Brigadeiro Luís Antonio", ressaltou.

Os pelotões de elite masculino e feminino terão este ano 40 estrangeiros, algumas promessas com o tanzaniano Marco Joseph, o etíope Ibrahim Jeilan e o queniano Stanley Biwott. Também competirão atletas do Chile, Colômbia, Peru, Paraguai, Argentina, Uruguai e Equador.

Brasileiros - Se os estrangeiros esbanjam confiança, os brasileiros prometem muita garra e determinação. O mineiro Franck Caldeira, campeão da São Silvestre de 2006, garante estar preocupado só com ele e com os 15 quilômetros da prova, sem pensar nos adversários. "Não quero entrar na prova para bater o recorde. Quero encarnar o espírito da São Silvestre", disse o ganhador também da Volta da Pampulha, da Meia Maratona do Rio, da Maratona de São Paulo e da maratona no Pan-2007. "O negócio é esquecer os outros, pensar em você e correr muito."

O baiano Giomar Pereira da Silva, tricampeão do Ranking Caixa/CBAt de Corredores de Rua, tem uma estratégia diferente. "Vou correr junto com os líderes até o quilômetro 10. Depois vejo como estou e vou com tudo ou quebro. Estou bem e acho que posso arriscar."

Já Lucélia Peres, Maria Zeferina Baldaia e Marizete Rezende, que vão correr pelo bicampeonato, foram unânimes em dizer que vão tentar a melhor prova possível. "Quero muito correr de igual para igual com as estrangeiras", resumiu Marizete Rezende, também campeã da Maratona de São Paulo e da Meia Maratona do Rio.

Marizete Moreira, líder do Ranking Caixa/CBAt, e Marily dos Santos, terceira colocada na São Silvestre de 2008, também garantem estar bem preparadas. "Meu objetivo é correr o que treinei nos últimos meses. Estou muito confiante", comentou Marily.

Horários definidos - A prova desta quinta-feira terá os seguintes horários de largada: 14h40 - cadeirantes e handcycle (masculino e feminino); 14h45 - outras categorias de atletas com deficiência; 16h25 - elite feminina; e 16h42 - elite masculina e demais categorias. O percurso é o mesmo das últimas temporadas, com total de 15 quilômetros. A largada será dada em frente ao Masp (Avenida Paulista, 1578) e a chegada ocorrerá em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero (Avenida Paulista, 900).

A São Silvestre é uma realização da Fundação Cásper Líbero e promoção da Gazeta Esportiva Net e Rede Globo. A prova tem patrocínio da Caixa, Wizard, Oi e Sedex, com apoio de HCor, Montevérgine, Sabesp, Gatorade e Café 3 Corações, e apoio especial do Governo do Estado de São Paulo e da Prefeitura de São Paulo. A supervisão é da CBAt, FPA, IAAF e AIMS.

Mais informações no site www.saosilvestre.com.br

João Pedro Nunes - Mtb 11.675
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