Capa

Atrações do Mundial de Star apostam em nível elevado da competição

14.01.2010  |    201 visualizações VELA

Velejadores não se arriscam a apontar favoritos ao título. Nesta sexta-feira, será disputada a Darke de Mattos, a regata de Star mais antiga do Brasil.

Rio de Janeiro (RJ) - Algumas das maiores atrações do Campeonato Mundial de Star, que terá a regata oficial de abertura neste sábado, a partir das 13 horas, na Baía de Guanabara, garantem que o torneio terá um nível técnico tão forte que é impossível apontar favoritos. Foi essa a opinião dada nesta quinta-feira pela manhã, na coletiva de imprensa, no salão nobre do Iate Clube do Rio de Janeiro, por velejadores do nível dos norte-americanos George Szabo e Rick Peters, atuais campeões mundiais, do inglês Iain Percy, atual campeão olímpico, dos brasileiros Marcelo Ferreira, bicampeão olímpico e bicampeão mundial, Alan Adler, primeiro campeão mundial sul-americano, em 1989, e Robert Scheidt e Bruno Prada, campeões mundiais e vice-campeões olímpicos.

"Com exceção de uma dupla polonesa e de uma neozelandesa, todas as outras estão aqui. Poderia falar os nomes de umas 15, que podem vencer o Mundial. O nível será certamente muito alto", garantiu Robert Scheidt, dono de quatro medalhas olímpicas e de dez títulos mundiais (nove na Laser). "Acho que o desafio maior será enfrentar as ótimas duplas brasileiras em sua casa", comentou Iain Percy, que saiu de uma temperatura de menos 15 graus na Inglaterra, "que passa pelo inverno mais rigoroso dos últimos 10 anos", e chegou ao Rio com 40 graus. "Sorte que estou acostumado a treinar fora de meu país no inverno."

Para o proeiro Marcelo Ferreira, que mais uma vez competirá com Torben Grael, ganhar um Mundial é muito mais difícil do que uma Olimpíada. "No Mundial você enfrenta às vezes mais de cem adversários, sendo que alguns países têm três ou quatro duplas excelentes. Na Olimpíada, o número de participantes é restrito a 16 barcos, sendo apenas um por país."

O Mundial, segundo Alan Adler, tem outro desafio. "O torneio tem apenas seis regatas e ninguém pode errar. Uma prova ruim pode acabar com as suas chances. Por isso, é muito importante ter uma boa largada e ter sorte."

George Szabo, campeão mundial de 2009 na Suécia com Rick Peters, também acredita que a sorte é fundamental. "Claro que você tem de estar bem treinado, mas é fundamental ter sorte todos os dias. O objetivo é chegar entre os dez primeiros em todas as regatas. Acho que assim poderemos surpreender de novo."

Das seis regatas previstas, apenas a primeira será na Baía de Guanabara. As outras cinco serão fora da Baía, perto da Ilha Rasa, na frente da praia de Copacabana. "O nível em mar aberto deixará a competição mais equilibrada. Na Baía, os brasileiros levam alguma vantagem porque conhecem bem o complexo regime de correnteza do local", lembrou Bruno Prada.

Ricardo Ermel, da diretoria de Vela do ICRJ e da organização do Mundial, fez questão de lembrar que 11 campeões mundiais vão participar do evento e de agradecer à Capitania dos Portos, às Barcas S/A e do Porto do Rio de Janeiro por terem viabilizado a disputa da primeira regata na Baía de Guanabara.

Darke de Mattos - As 81 duplas inscritas no Campeonato Mundial de Star são convidadas a participar da 66ª Regata Darke de Mattos, a regata mais antiga do País em qualquer classe, nesta sexta-feira. A prova terá largada em frente ao Iate Clube do Rio de Janeiro, ao meio-dia, indo até o Posto 6 de Copacabana e voltando para o clube, na Urca, numa distância de 11 milhas náuticas ou cerca de 19,3 km.

A competição é aberta para outras duplas, que não vão disputar o Mundial, e a inscrição é gratuita. Basta os interessados garantirem presença pelo e-mail na diretoria de vela do ICRJ (vela@icrj.com.br).

Lars Grael é um dos velejadores mais empolgados com a competição. Ele participou quatro vezes da regata, sendo que foi campeão em 2007, ao lado de Marcelo Jordão. "É uma competição muito tradicional e faço questão de disputá-la", disse Lars, medalha de bronze no Mundial da Suécia, no ano passado, com o proeiro Ronald Seifert.

Lars, dono de duas medalhas olímpicas, tirou esta quinta-feira de descanso para recuperar as energias. Ele foi para Petrópolis, na região serrana do Rio. "Vou fugir um pouco desse calor de 40 graus e tirar um pouco a cabeça do Mundial", comentou. "Estamos treinando no Rio desde o dia 3", concluiu o atleta, que manteve resultados de alto nível embora tenha perdido a perna direita num acidente, em Vitória, em 1998.

Das 65 edições já realizadas, nada menos do que 11 foram vencidas pelo timoneiro John King, um dos mais experientes velejadores da classe no Brasil. Inscrito no Mundial com o proeiro Norman MacPherson, ele vai em buscar do 12º título. Os atuais campeões do torneio são Daniel Wilcox e Affonso Abreu, que não estão inscritos no Mundial.

Na Instrução de Regatas, divulgada nesta quinta-feira, há uma mudança no calendário da competição. O dia de descanso do dia 19 foi transferido para o dia 22. Desta forma, a competição será disputada em seis dias consecutivos, se as condições de vento permitirem. Os dias 22 e 23 passam a ser de descanso.

Exposição - A entrada principal do Iate Clube do Rio de Janeiro (ICRJ), sede do Campeonato Mundial Star, ganhou uma decoração muito especial nesta quinta-feira. São seis telas emolduradas, uma buja (vela de Star) e quatro retalhos pintados de outra vela, feitos pela artista plástica Martina Ficker, mulher de Peter Ficker, medalhista olímpico e pan-americano de vela, que vai disputar o Mundial ao lado do proeiro Ubiratan Oliveira.

A exposição, chamada de "Olhares Atravessados", ficará aberta até o final do Mundial e todos os quadros estão à venda. A buja e os retalhos de vela são do barco que Torben Grael e Marcelo Ferreira usaram na Olimpíada de Sydney, em 2000. "O Peter comprou o barco do Torben e velejou muito com ele. Quando as velas ficaram velhas, eu as peguei para pintar", diz a administradora de empresas, que trabalha com importação de material esportivo, mas sempre pintou.

Estudante da Escola de Belas Artes, ela teve o quadro "Waitting for Wind", exposto no ICRJ, selecionado entre 5.000 trabalhos para fazer parte da Mostra Maineri, no Parque do Anhembi, no ano passado.

A obra que mais chama a atenção é a buja, denominada "O Encontro", que mostra o mar e um tubarão. "Acho que não há velejador que um dia não temeu encontrar perigos ocultos no Oceano."

O Campeonato Mundial da Classe Star conta com o patrocínio do Banco do Brasil, Transpetro, Governo Federal, Gol Linhas Aéreas, Santa Constanza, Wollner e Secretaria Estadual de Turismo, Esporte e Lazer do Rio de Janeiro e tem organização do Iate Clube do Rio de Janeiro, da International Star Class Yacht Racing Association (ISCYRA), da Confederação Brasileira de Vela e Motor (CBVM) e da Federação de Vela do Estado do Rio de Janeiro (FEVERJ).

Mais informações e fotos para download podem ser obtidas no site www.starworlds2010.com .
Quem não estiver credenciado, deve solicitar senha para download de fotos no email fernando@regattapix.com

Sala de imprensa : 21 32237200, ramais 2258 e 2229

Importante : Os veículos que forem cobrir o campeonato e necessitarem de barco de apoio precisam avisar um dia antes pelo email dorojr@zdl.com.br

João Pedro Nunes - Mtb 11.675
E-mail - zdl@zdl.com.br
Leia também...
23.01.2010

Entrega dos troféus ocorreu no Salão da Piscina do Iate Clube do Rio de Janeiro

22.01.2010

Has images available, in high definition, of the races and interviews with Percy, Torben and Lars Grael

22.01.2010

Estão sendo disponibilizadas imagens, em alta resolução, das regatas, além de entrevistas com Iain Percy, Torben e Lars Grael.

22.01.2010