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Thaísa, a atleta mais alta do país, brilha no Finasa

Campeã olímpica carioca, adapta-se bem a São Paulo

25.11.2008  |  14.439 visualizações
São Paulo (SP) - A meio-de-rede Thaísa Daher de Menezes, de 1,96m, já escreveu uma história importante no vôlei. Apesar de ter apenas 21 anos, a jogadora contratada para disputar a temporada 2008/2009 pelo Finasa é tricampeã da Superliga de Vôlei e, mais recentemente, contribuiu para a seleção brasileira conquistar a inédita medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim.

Alcançar o lugar mais alto do pódio olímpico, porém, não passara jamais pela cabeça da atleta quando tinha apenas 12 anos. Nessa época, Thaísa não tolerava os seus 1,85m. A qualidade, advinda da genética do bisavô (2,08m) e do pai (1,92m), traduziu-se em um fator negativo em meio às brincadeiras de colegas na escola. Tudo que ela queria era parar de crescer.

A central ficou desesperada ao crescer seis centímetros em um ano de natação na adolescência, mas viu os valores revertidos somente após encontrar o vôlei. Na modalidade, todas as demais meninas queriam ser altas como ela. Daí em diante, o que a incomodava virou motivo de orgulho e referência. Com o moral elevado, ingressar nas seleções brasileiras de base e se destacar em clubes foram questão de pouco tempo.

Mesmo com muitos outros títulos obtidos, a “carioca da gema”, como gosta de afirmar, quer continuar evoluindo. Refinada em fundamentos como o bloqueio, saque e ataque, a jogadora fala nesta entrevista do começo da carreira e a adaptação ao novo clube, entre outros assuntos.

Como tem sido a adaptação ao Finasa?
Thaísa
– Fiquei um pouco nervosa antes de aparecer e colocar o uniforme da equipe. Houve um pouco de preocupação porque não sabia como me sairia neste desafio. Depois achei o grupo muito bom, já que conhecia a maioria das atletas da seleção brasileira. Estranhei apenas o clima de São Paulo, mas agora estou me acostumando melhor.

O que a fez trocar o Rexona-Ades pelo Finasa?
Thaísa
– Não teve nenhuma situação específica. A vida de atleta é assim, às vezes recebemos convites para defender outros times. Por isso, a transferência poderia ser para o Finasa ou para outro grupo. Mas, quando recebi a proposta do Luizomar, achei que poderia ser feliz também neste elenco.

Você acertou a transferência junto com a Sassá, que também defendia o Rexona. Vocês conversaram antes de mudar de clube?
Thaísa
– Conversamos pelo menos três vezes. Quando ela veio me consultar, eu já estava decidida. Aí quis convencê-la também. Dizia, ‘vamos Sassá, faça novamente essa dupla comigo’. Até que ela acabou consentindo.

Então, você a influenciou de certo modo?
Thaísa
– Acho que contribuí bastante para a Sassá aceitar a proposta. Mas, independentemente se ela viesse ou não, minha escolha tinha sido feita. Queria jogar pelo Finasa.

Qual é sua função principal na equipe?
Thaísa
– Pretendo dar o melhor de mim para poder ajudar o elenco. No Rexona consegui somar com o grupo, agora no Finasa também quero contribuir ao máximo. Não penso em carregar o time, jamais. Colaborar com o grupo é a minha meta.

Você se destaca no bloqueio e também no saque. Isso a faz ser mais cobrada no elenco?
Thaísa
– Tenho muito que melhorar. Em função disso, se não for cobrada pelo Luizomar ou pelas meninas, cobro a mim mesma. Preciso evoluir meu próprio bloqueio. A minha velocidade, por exemplo, às vezes me irrita. Sou um pouco perfeccionista, tanto que ao sacar acho que nunca posso errar. Estou em constante cobrança, seja pelo treinador ou por mim.

Você é a jogadora mais alta em atividade no Brasil. Teve de passar por um trabalho especial para lidar com a estatura?
Thaísa
– Considero minha passagem pelo Rexona como um curso intensivo. Antes disso, só na seleção de base treinava bloqueio e explorava minha altura na rede. Sempre me achei muito lenta. Talvez os meus braços sejam rápidos, mas as pernas, não. Durante três anos consegui usar melhor a altura. Treinei bastante, mas há muito que crescer na posição.

Como você começou a jogar vôlei?
Thaísa
– Entrei no esporte pela natação. Comecei a nadar porque meu pai me achava muito grande, magra e desengonçada. De alguma maneira, ele pensou que o esporte poderia me ajudar. Para desventura, cresci mais com os exercícios na água. Em um ano aumentei seis centímetros, o que me deixou apavorada. Tinha complexo da minha altura, pois na escola sempre fui maior que todos os colegas. Era motivo de risos porque aos 12 anos media 1,85m. Usava sapatos da minha mãe, chorava porque não podia usar roupas de criança. Apenas aos 13 anos deixei a natação e entrei para o vôlei sem compromisso.

No vôlei os valores mudaram com relação a sua altura...
Thaísa
– Quando entrei na escolinha do Tijuca Tênis Clube, todo mundo queria ser alta como eu. Aí a idéia começou a me agradar. Comecei a encarar a situação a meu favor. Não tinha que andar curvada com medo de ser percebida como anormal. Com isso, treinei bastante e não parei mais de jogar.

O Finasa já ganhou seis títulos na temporada (Copa São Paulo, Torneio Sub-21 dos Jogos Regionais, Copa Brasil, Salonpas Cup, Campeonato Paulista e Jogos Abertos do Interior). O time é um dos favoritos ao título da Superliga de Vôlei?
Thaísa
– Essa Superliga será a mais equilibrada de todas. E, em função disso, prefiro não apontar nenhum favoritismo. Para vencer a edição, temos de manter o companheirismo e crescer em qualidade técnica. Acredito que o time mais regular na competição terá boas chances de levar o título.

Após a conquista do ouro olímpico em Pequim, qual é o seu próximo objetivo?
Thaísa
– Quero continuar crescendo tecnicamente para ajudar o Finasa na Superliga. Sei também que ao manter a evolução, terei chance de aproveitar mais um ciclo olímpico. Esses são meus objetivos dentro e fora do clube.

Você conhece o Programa Finasa Esportes? Qual é a sua opinião sobre os projetos sociais que usam o esporte como ferramenta de inclusão social?
Thaísa
– São poucas as empresas que se mostram preocupadas com o desenvolvimento das crianças na sociedade. Por isso, acho que outros projetos semelhantes ao elaborado pelo Finasa poderiam surgir. O esporte sempre trouxe resultados positivos até mesmo para qualquer instituição que o usou como ferramenta de inclusão social. Precisamos de mais iniciativas como o Programa Finasa Esportes nas comunidades espalhadas pelo país.

Mais informações no site www.finasaesportes.com.br

Allan Bratfisch / João Pedro Nunes - Mtb 11.675
E-mail: zdl@zdl.com.br
  • Atleta vibra
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