TORBEN GRAEL APOSTA NO LUNA ROSSA NAS SEMIFINAIS DA LOUIS VUITTON CUP
10.05.2007
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VELA
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Torben Grael
Luna Rossa
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Luna Rossa x BMW Oracle
Bruno Cocozza/Luna Rossa
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Tripulação Luna Rossa
Bruno Cocozza/Luna Rossa
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Velejadores em ação
Bruno Cocozza/Luna Rossa
Velejador brasileiro é o tático do sindicato italiano que tenta chegar às finais da Americas Cup
São Paulo (SP) O velejador brasileiro Torben Grael, dono de cinco medalhas olímpicas, vive a expectativa do início das semifinais da Louis Vuitton Cup, competição que apontará o adversário do suíço Alinghi nas finais da Americas Cup, a principal competição náutica do mundo, previstas para o período de 23 de junho a 7 de julho. Torben é o tático do italiano Luna Rossa Challenge, que enfrentará a partir de segunda-feira o norte-americano BMW Oracle, numa série melhor-de-nove regatas, na cidade espanhola de Valência.
O outro finalista da Louis Vuitton, competição barco contra barco, sairá do confronto entre o neozelandês Emirates Team New Zealand, primeiro colocado na fase classificatória, e o Desafio Español 2007, quarto colocado.
Otimista, o retrospecto de duas derrotas para o time americano não preocupa Torben, o comandante do Brasil 1, terceiro colocado na Volvo Ocean Race 2004/2005. Acho que o Oracle é forte até as coisas começarem a dar errado. Se conseguirmos impor pressão, ganhando uma ou duas regatas de cara, a situação pode mudar rapidamente, comentou o velejador, num chat com jornalistas brasileiros na tarde desta quinta-feira. Eles nos venceram duas vezes por detalhes e por uma distância bem pequena. Se velejarmos bem, podemos vencer.
O Luna Rossa terminou a fase de classificação em terceiro lugar, atrás somente do Emirates Team e do BMW Oracle. O nosso barco, o ITA 94, é um bom veleiro e tem demonstrado bom potencial, mas não chega a ser superior aos outros classificados, disse. Temos um dos melhores timoneiros da competição (o australiano James Spithill) e uma boa largada pode ser decisiva.
Embora muito empenhado na busca da vaga para a final da Louis Vuitton Cup, que reuniu 11 sindicatos nas fases preliminares, e para ser o desafiante do Alinghi, Torben Grael tem outros objetivos a curto prazo. Ele gostaria de disputar, por exemplo, o Campeonato Mundial da Federação Internacional de Vela, em Cascais, em Portugal, em julho, na classe Star, ao lado do proeiro Marcelo Ferreira. Será muito difícil pela falta total de treinos e de tempo de preparação, lembrou. Mas se for possível gostaria de disputar porque confio bastante em nosso barco e na excelente parceria que tenho com o Marcelo desde 1988.
Scheidt e Prada, favoritos à vaga - Na busca por uma vaga na Olimpíada de Pequim, porém, ele aponta Robert Scheidt e Bruno Prada como favoritos. Eles estão se dedicando em tempo integral ao Star desde agosto de 2004 e têm participado com sucesso de todas as competições possíveis. Eu e o Marcelo, desde a mesma data, temos outros compromissos como foi a nossa participação no Brasil 1.
Único brasileiro nas semifinais, Torben acredita que no futuro o país terá mais representantes na competição, que reúne a elite da vela mundial. O Brasil 1 foi um marco para a nossa vela e abriu horizontes para novas aventuras e competições importantes com a presença de brasileiros, afirmou. Esta competição teve a participação honrosa de uma equipe pequena da África do Sul. A Nova Zelândia, país pequeno e de economia menos expressiva do que a nossa, participa há anos do evento. Por tudo isso, vejo que no futuro é possível a participação de sucesso do Brasil na Americas Cup também.
Antes do chat com a imprensa, Torben teve um contratempo. Após reuniões e o treinamento da equipe, precisou registrar um boletim de ocorrência numa delegacia de Valência porque a sua mulher, Andréa, teve a carteira com todos os documentos furtada dentro de uma loja da Vila da Regata.
Outro brasileiro que participou da competição foi Horácio Carabelli, engenheiro do sueco Victory Challenge, quinto colocado na classificação geral. Responsável pelo desenvolvimento dos mastros, retranca e pau de spin da embarcação, ele ficou satisfeito com a experiência. Foi um trabalho interessante e desafiador, muito diferente da Volvo Ocean Race, lembrou Carabelli, que foi diretor técnico e velejador do Brasil 1. Os barcos da Americas Cup precisam de três a quatro anos de desenvolvimento. É um veleiro muito delicado comparado aos VO 70, que precisam ser mais confiáveis e resistentes. A embarcação da Americas Cup tem compromisso com a performance e não com fatores de segurança.
A Americas Cup é a competição esportiva mais antiga o mundo, com mais de 150 anos de tradição. A edição atual começou há três anos e teve 13 atos preparatórios e a fase de classificação. Os sindicatos recorrem à tecnologia de ponta na construção dos barcos e contam com velejadores de elite. Muitos participantes têm orçamentos superiores a US$ 100 milhões.
Como sempre, o evento é um grande sucesso. As regatas têm transmissão ao vivo pela TV para diversos países e a cidade de Valência está muito agitada, com a presença de milhares de turistas.
João Pedro Nunes Mtb 11.675
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