Osasco (SP) - Os treinos do período da tarde do Finasa começam normalmente às 17 horas. Muitas atletas, contudo, chegam mais cedo para fazer fisioterapia ou tratar pequenas lesões, tão comuns em esportes de alto nível. Nos últimos tempos, a primeira a aparecer tem sido a levantadora Carol Albuquerque, em fase final de recuperação de uma lesão no pé direito que a incomoda já há algum tempo, mas que não a impede de treinar ou jogar.

Disciplinada, a levantadora quer acelerar o tratamento, ficar 100%, para repetir em 2006 o ano fabuloso que teve em 2005. Ela está confirmada na delegação que viaja nesta terça-feira para Brasília, onde o Finasa enfrenta o Brasil Telecom na primeira partida de 2006 da Superliga, nesta quarta-feira.

Terceira jogadora da posição do então MRV/Minas, em dezembro de 2004, a atleta aceitou o desafio de mudar para São Paulo e jogar no Finasa. Desde então, a gaúcha de 28 anos superou a desconfiança da torcida, calou os críticos e ganhou em 2005 tudo o que disputou, fosse com o time de Osasco, fosse com a seleção nacional.

Contratada pela mesma comissão técnica com a qual fora vice-campeã da Superliga Feminina na temporada 2001/2002, Carol diz que o apoio que recebeu ao chegar foi essencial para readquirir a confiança no seu jogo. “Cheguei fora de forma e tive que correr muito para me igualar às meninas, já que estava praticamente parada”, conta a levantadora, que não era nem relacionada para os jogos da equipe mineira.

Quando se mudou para Belo Horizonte para defender o MRV, Carol acabava de ser mãe. Segundo afirma, a inatividade dos meses que seguiram lhe fez até pensar em parar. “Era muito sacrifício, um esforço muito grande. Comecei a questionar se valia a pena continuar, se estava fazendo a coisa certa. Foi quando apareceu o Finasa”, explica a jogadora.

Em Osasco, Carol se reencontrou para o vôlei, ajudou o Finasa a conquistar o tricampeonato nacional, na edição 2004/2005 da Superliga. Com isso, veio a convocação para a seleção, pela primeira vez desde 1999. “Sabia que aqui teria a chance de jogar finais e, quem sabe, voltar à seleção”, afirma a levantadora.

Mais experiente do que na primeira passagem por Osasco, a jogadora afirma que teve realmente uma evolução muito grande na última temporada. Segundo Carol, quanto mais “velha”, melhor a levantadora fica, já que ganha em confiança e visão de quadra.

Para o técnico Paulo Coco, a levantadora teve maturidade e tranqüilidade para aproveitar as chances que apareceram nesta fase da carreira. “A Carol soube crescer, primeiro com o Finasa e o título da Superliga, e depois na seleção“, diz o comandante do tricampeão brasileiro e também assistente-técnico de José Roberto Guimarães na seleção.

Carol também teve que correr para conquistar seu espaço no time nacional. No início, ela era a segunda opção de Zé Roberto, que também tinha para a posição Marcelle e Dani Lins. Com atuações sólidas, a jogadora foi ganhando a confiança do treinador, ajudou o Brasil a vencer seis títulos e terminou o ano como a levantadora número um do País. “A convocação foi uma surpresa, mas estando lá você traça o objetivo de estar entre as seis titulares”, conclui a jogadora, que definitivamente deu a volta por cima em 2005.

Mais informações no site www.finasaesportes.com.br

Nicolás Morell / João Pedro Nunes
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