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Multiatleta Pepe Fiamoncini vai correr 70km neste sábado (20) em comemoração aos 70 anos do Parque do Ibirapuera

O multiatleta Pepe Fiamoncini
(Divulgação)

A BR 135 é uma prova de 217km
(Divulgação)

Ppepe durante a travessia do Salar do Uyuni
(Divulgação)

Treinão é uma ação extra-oficial que visa reunir o máximo de pessoas para festejar a data. Para isso, dividiu a atividade em dez trechos de 7km a fim de contar com pessoas de todos os níveis de preparo

15.04.2024  |  1.802 visualizações

Abril, 2024 - O Parque Ibirapuera completa 70 anos em 2024. Para comemorar a data, há uma agenda de eventos oficiais ao longo do ano. Para entrar nessa festa, o multiatleta Pepe Fiamoncini decidiu promover uma ação extra-oficial na cidade de São Paulo. Neste sábado (20), ele vai correr 70 km dentro do parque. E não pretende correr sozinho. Por meio das redes sociais, está convidando os amantes da corrida e do cartão postal da cidade de São Paulo a participar desse “treinão de luxo”. E a adesão tem sido intensa e a expectativa é de que um grande número de pessoas participe do desafio festivo. “Vou levar até bolo”, promete Pepe, lembrando que a atividade é grátis.

“É só chegar e correr junto. E para facilitar a logística e deixar essa ação ainda mais democrática, serão 10 loops, cada um com 7 km e 1 hora para terminar cada um. Se terminou antes, só descansa até completar o tempo e recomeçar o próximo loop. As pessoas podem correr quantas voltas quiserem. Eu vou encarar os 70km”, explica Pepe, que estará em frente ao Planetário, a partir das 5h30 para iniciar o desafio. “Consegui a parceria com a assessoria de corrida Prime Run para garantir estrutura, com água, mesa, cadeiras, lugar para guardar os pertences. Também teremos alguns brindes ao longo do desafio”, completa.

Pepe é um frequentador do parque. O Ibirapuera é um dos locais onde faz a preparação para encarar os desafios como  multiatleta. Um dos principais valeu a entrada  no Guinness Book como o mais veloz da história a cruzar o Salar do Uyuni, na Bolívia, considerado o maior e mais alto deserto de sal do mundo. Foram 170 km em 33 horas, 4 minutos e 10 segundos, a 3.656 metros acima do nível do mar, em maio de 2023.

E para quem acha 70km muito, Pepe conta que, em janeiro, percorreu 217km. Levou 37 horas para cumprir o percurso entre as cidades de Águas da Prata e Paraisópolis, da BR 135, a mais difícil ultramaratona do Brasil e uma das mais desafiadoras do mundo. Neste ano, ele também completou o Ironman 70.3, no Panamá. Com o tempo de 4h42min51, ele conseguiu o 12° lugar na categoria 30-34 anos e na 59ª posição, entre 696 competidores.

Nem só de distâncias de nível ultra é feita a vida de corredor de Pepe Fiamoncini. Ele se prepara para completar a seis Majors, as maratonas mais importantes do mundo: Nova York, Berlim, Boston, Tóquio, Chicago e Londres. “O objetivo é completar todas em um ano, feito que ainda não foi conquistado por nenhum brasileiro. Apenas 316 brasileiros conseguiram completar as seis ao longo de vários anos. E também tentarei ser o mais rápido na soma dos tempos de cada maratona”, explica.

Outra meta é bater o recorde de maior número de dias consecutivos correndo uma meia maratona em esteira. “A marca atual é de 120 dias e me proponho a correr 125 dias. O objetivo, além do recorde, é engajar mais pessoas a praticar atividade física. A ideia é colocar três esteiras em local de grande visibilidade e fluxo de gente, como um shopping center,  para que as pessoas possam participar do recorde, tanto como espectador quanto como atleta, correndo comigo”, revela.

Nas alturas - Pepe corre muito, mas não se restringe a distâncias dignas de ultramaratonas. Pretende escalar a maior montanha de cada continente (oito no total) em três meses. O objetivo é estabelecer um novo recorde mundial e usar o feito para chamar atenção para o aquecimento global. O projeto é para o primeiro semestre. Até hoje, apenas nove brasileiros conseguiram completar o desafio e o recorde nacional é de um ano. Já o recorde mundial teve duração de quatro meses. Também planeja completar os 7 cumes, escalando a maior montanha de cada continente. “O desafio não é apenas escalar todas, mas fazê-lo em três meses e quebrar o recorde brasileiro, que é de um ano”, conta.

“Sempre quero testar meus limites e, para isso, sou movido a desafios. Já escalei o Aconcágua, o Sajama, o Illimani  (primeiro brasileiro a escalar solo em menos de 24 horas), o Ojos del Salado, entre outras montanhas. Fiz o Desafio Everesting, que consiste em pedalar até completar a altitude da maior montanha do Mundo. Também competi no Mundial de Triathlon Extremo na Noruega em 2023 (melhor sul-americano), no UB515, o Campeonato Sulamericano de Ultradistância (terceiro colocado geral), detenho o recorde como o mais jovem (31 anos) a fazer a travessia do Leme ao Pontal sem Neoprene, entre outros desafios”, conta.

Um ‘estalo’ na pandemia - Formado em Administração (PUC-SP) e Contabilidade (IBMEC), o plano era seguir a carreira no mercado financeiro. “Então, mudei para o Rio de Janeiro a convite da minha antiga empresa e tudo mudou. Fiz curso de paraquedismo, mergulho, escalada em rocha, trilhas. Isso foi há oito anos e eu queria viver de esporte. Aí veio a pandemia. Voltei para São Paulo para cuidar da minha mãe e me vi enjaulado em um apartamento. No meio desse momento conturbado, sedentário, depressivo, bebedor de cerveja, decidi me inscrever para o Ironman. Comecei a treinar dentro de casa, com tudo improvisado, pois o prazo era curto, apenas oito meses. E completei minha primeira grande vitória. Depois, veio o Ultraman, e mais e mais desafios”, conta.

Mais informações:
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