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Robert Scheidt

Scheidt inicia contagem regressiva para a disputa da sétima Olimpíada

Bicampeão olímpico adota estratégia de abrir mão das últimas regatas do Mundial da Austrália para evitar o risco de uma lesão que poderia atrapalhar seu planejamento para lutar por uma medalha nos Jogos de Tóquio

16.02.2020  |  2.371 visualizações

São Paulo (SP) – Robert Scheidt é um dos maiores velejadores da história. Quando entra no barco é para dar 100% e lutar pela vitória. Neste início de 2020, comprova que também é um estrategista. Disputou o Campeonato Mundial da Classe Laser com o objetivo de ratificar sua vaga para a sétima Olimpíada. E conseguiu. Agora, o planejamento é todo voltado para chegar em Tóquio, no mês de julho, na melhor forma possível para lutar pela sexta medalha nos Jogos. Por isso, abriu mão de disputar as regatas no último dia de competição, neste domingo (16), no Sandringham Yacht Club, em Melbourne, na Austrália. Em comum acordo com seu treinador, Francesco Marrai, e fisioterapeuta, Ricardo Takahashi, o atleta de 46 anos optou por preservar o corpo e não arriscar uma lesão que prejudicaria todo o trabalho feito até agora.

“Vim para este Mundial motivado para medir forças, se possível ganhar, mas principalmente para garantir a minha vaga Olímpica. Após quatro dias de competição, me classifiquei para a flotilha ouro e garanti a vaga, mas queria mais. Porém, ontem (domingo) foi um dia de ventos fortíssimos, com três provas e grande fadiga física, o que me levou a decidir, junto ao meu treinador e fisioterapeuta, não participar das regatas do último dia, visando não incorrer em lesões que poderiam prejudicar minhas próximas competições e preparação olímpica”, comentou Schedit. Ele completou: “Sinto terminar o Mundial desta maneira, mas continuo firme e determinado em fazer um bom papel nos Jogos Olímpicos. Agradeço o apoio do Banco do brasil, Rolex, COB e CBVela para mais esta importante competição.”


A organização do Campeonato Mundial reconheceu o valor e a longevidade de Scheidt na vela de alto nível. Comunicado da International Laser Class Association chama o brasileiro de lenda e destaca que ele conseguiu “provar ser capaz de ser competitivo contra atletas com a metade de sua idade”. Em função de não ter largado para as três últimas regatas, Scheidt não pontuou neste domingo e terminou na 42ª colocação. No total, a competição recebeu 124 velejadores de 42 países e o título ficou com o alemão Philipp Buhl, seguido pelo australiano Matt Wearn e pelo croata Tonci Sitipanovic, segundo e terceiro colocados respectivamente. O outro brasileiro na disputa na Austrália, Gustavo Nascimento, foi o 88°, o que equivale ao quinto lugar na flotilha bronze.

Scheidt velejou de forma consistente na Austrália. Além de derrubar mais um recorde ao se tornar o primeiro brasileiro garantido para competir em sete Olimpíada, avançando para a flotilha ouro no Campeonato Mundial de Laser 2020, ele mostrou evolução em fundamentos como a largada e o vento em popa. Na quinta-feira (13), último dia das regatas da fase de classificação, obteve os melhores resultados ao cruzar a linha de chegada em 7° e 9° lugares.

Maior medalhista olímpico do Brasil, Scheidt tem dois ouros (Atlanta/96 e Atenas/2004 - ambas na Classe Laser), duas pratas (Sidney/2000 - Laser - e Pequim/2008 - Star) e um bronze (Londres/2012 - Star). Além disso, soma 14 mundiais (11 na classe Laser e três na Star) e já conquistou 181 campeonatos, sendo 89 internacionais e 92 nacionais. O velejador é patrocinado pelo Banco do Brasil e Rolex e que conta com o apoio do COB e CBVela.

Desafio olímpico -  Scheidt retornou à classe Laser em 2019, após quase três anos ausente, desde os Jogos do Rio/2016, onde terminou na quarta colocação mesmo vencendo a medal race. Nesse período de readaptação às novas técnicas e nova mastreação, cumpriu seu objetivo principal, que foi o índice para Tóquio, com o 12° lugar no Campeonato Mundial da Classe Laser 2019, em Sakaiminato, no Japão, em julho.

Na volta à vela olímpica, Scheidt disputou outras três grandes competições. A última foi o Ready Steady Tokyo, no final de agosto de 2019, em Enoshima, quando terminou em 10° lugar, chegando à medal race pela primeira vez desde que decidiu interromper a aposentadoria da classe Laser. Ele ficou próximo da regata da medalha no Troféu Princesa Sofia e na Semana de Vela de Hyères.

Maior atleta olímpico brasileiro

Cinco medalhas:
Ouro : Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na Classe Laser)
Prata : Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)
Bronze : Londres/2012 (Star) 

181 títulos - 89 internacionais e 92 nacionais, incluindo a Semana Internacional do Rio, o Campeonato Brasileiro de Laser e a etapa de Miami da Copa do Mundo, todos em 2016. Em novembro de 2017, pela Star, conquistou a Taça Royal Thames e, neste domingo, o Europeu de Star.

Laser
- Onze títulos mundiais - 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013
*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
- Três medalhas olímpicas - ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000

Star
- Três títulos mundiais - 2007, 2011 e 2012*
*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
- Duas medalhas olímpicas - prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012

Mais informações:
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  • O bicampeão olímpico Robert Scheidt
    (Divulgação)

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