São Paulo (SP) – Robert Scheidt venceu a primeira regata na edição 2018 da Classe Star na Bacardi Cup. Nesta quinta-feira (8), em Miami, nos Estados Unidos, o bicampeão olímpico cruzou a linha de chegada da regata de abertura da programação na frente. Na segunda disputa do dia, teve problemas e completou em 15º. Com isso, manteve a terceira colocação na classificação geral, com 26 pontos perdidos. Nesta sexta-feira (7), o velejador brasileiro e seu proeiro, o norte-americano Brian Fatih, voltam ao mar dispostos a se manter entre os primeiros colocados na disputa de alto nível composta por 80 barcos.
“A primeira regata foi bastante boa. Conseguimos velejar bem com vento de 15 nós. No primeiro contravento, já montamos a primeira boia na liderança e fomos abrindo para ganhar uma bela dianteira. O cenário parecia ideal para fazermos a segunda regata bem, mas acabamos largando no lugar errado e o vento girou para o outro lado. Fizemos uma corrida de recuperação. Montamos a boia inicial em 30º e chegamos em 15º. Uma pena, porque tínhamos tudo para fazer duas boas regatas, com o barco andando rápido. Mas se deu bem quem conseguiu lidar melhor com as oscilações do vento. Paciência, ainda temos mais duas provas pela frente”, analisou o maior medalhista do Brasil, com cinco pódios, e que tem patrocínio do Banco do Brasil, Rolex e apoio do COB e CBVela.
A liderança da Bacardi Cup é dos noruegueses Eivind Melleby e Joshua Revkin, com 14 pontos perdidos. A segunda posição é da dupla italiana Diego Negri/Sergio Lambertenghi, com 19 pontos perdidos. O Brasil tem mais barcos na disputa em Miami: Lars Grael / Samuel Gonçalves (9º), Alessandro Pascolato / Henry Boening (23º lugar), Admar Gonzaga Neto / Alexandre Figueiredo de Freitas (42º), Marcelo Fuchs / Ubiratan Matos (74º). O proeiro brasileiro Bruno Prada, que veleja com o norte-americano Augie Diaz, está na 13º colocação.
Temporada 2018 - Scheidt está se dividindo entre um amor antigo e uma nova paixão em 2018. O bicampeão olímpico traçou os objetivos para a nova temporada ancorado em dois pilares, a Classe Star e a Vela Oceânica. Fora do ciclo para os Jogos do Japão, em 2020, o velejador de 44 anos se mostra animado com o desafio de se manter competitivo em duas categorias diferentes do iatismo.
“A temporada 2018 está sendo bem interessante, pois estou mesclando competições na Star, uma de minhas maiores paixões, com a novidade que será a campanha no TP 52, uma das grandes competições de Vela Oceânica do mundo”, revela Scheidt. O novo projeto ratifica suas palavras do velejador ao anunciar, no fim de 2017, a desistência de lutar por uma vaga nos Jogos do Japão, quando garantiu que não se aposentadoria.
Scheidt vai integrar a equipe Phoenix na TP 52 e está animado. “É um projeto brasileiro, com tripulação quase integralmente nacional, boa parte composta por velejadores olímpicos. Serei o tático do barco e estou bem empolgado. É uma oportunidade legal de voltar a competir na classe oceânica em alto nível, retornar para esse mundo de barcos grandes em um dos melhores circuitos do mundo”, revela. Em 2001, como timoneiro do barco ESPN Brasil, ele ganhou o Campeonato Brasileiro, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Em 2009 e 2010, integrou a tripulação do italiano Luna Rossa na TP 52.
A primeira disputa na TP 52 será em maio, em uma regata preparatória em Palma de Mallorca, na Espanha. Depois, serão cinco etapas da 52 Super Series 2018: Sibenik 52 Super Series Sailing Week – 22 a 27 de maio - Sibenik, Croácia; 52 Super Series Zadar Royal Cup –19 a 24 de junho - Zadar, Croácia; Rolex TP52 World Championship Cascais 2018 – 16 a 21 de julho- Cascais, Portugal; Puerto Portals 52 Super Series Sailing Week –2 0 a 25 de agosto - Mallorca, Espanha; 52 Super Series Valencia Sailing Week – 17-22 de setembro - Valencia, Espanha.
Na Star, o grande objetivo de Scheidt é a SSL Finals, em dezembro, nas Bahamas, competição a qual conquistou a medalha de prata em 2017, ao lado do proeiro Henry Boenning, o Maguila. Antes, vai disputar o Campeonato Paulista, em Guarapiranga, na Páscoa. “No segundo semestre, vou encaixar o Campeonato Sul-Americano, no Rio de Janeiro, em novembro. Mas pode ser que eu ainda entre em mais competições. Tudo vai depender da agenda”, conta Robert.
Carreira vitoriosa - Robert Scheidt tem duas medalhas de ouro olímpicas (Atlanta/96 e Atenas/2004 e uma prata (Sidney/2000) na classe Laser, mais uma prata e um bronze na Star (Pequim/2008 e Londres/2012). Ao todo, são 11 títulos mundiais na Laser e três na Star. Na Rio/2106, terminou na quarta colocação. Scheidt tem patrocínio do Banco do Brasil e Rolex e apoio do COB e CBVela.
Maior atleta olímpico brasileiro
Cinco medalhas:
Ouro : Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na classe Laser)
Prata : Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)
Bronze : Londres/2012 (Star)
177 títulos - 86 internacionais e 91 nacionais, incluindo a Semana Internacional do Rio, o Campeonato Brasileiro de Laser e a etapa de Miami da Copa do Mundo, todos em 2016. Em novembro de 2017, pela Star, conquistou a Taça Royal Thames.
Laser
- Onze títulos mundiais - 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013
*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
- Três medalhas olímpicas - ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000
Star
- Três títulos mundiais - 2007, 2011 e 2012*
*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
- Duas medalhas olímpicas - prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012
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