São Paulo (SP) – Robert Scheidt está no top 3 da Classe Star na Bacardi Cup. Nesta terça-feira (6), em Miami, nos Estados Unidos, o bicampeão olímpico terminou a regata do segundo dia de competições na terceira colocação, subindo do sétimo para o terceiro lugar na classificação geral, com 10 pontos perdidos. Nesta quarta-feira (7), o velejador brasileiro e seu proeiro, o norte-americano Brian Fatih, voltam ao mar dispostos a se manter entre os primeiros colocados na disputa de alto nível composta por 80 barcos.
“Tivemos ventos entre 10 a 14 nós, condições boas para velejar. Conseguimos uma largada bem melhor do que no primeiro dia. E largando bem, montamos o primeiro percurso na sexta colocação e depois recuperamos para cruzar em terceiro lugar. Foi um bom resultado, subimos para o top 3 e vamos seguir na luta para conseguir continuar velejando bem até o final”, explicou o maior medalhista do Brasil, com cinco pódios, e que tem patrocínio do Banco do Brasil, Rolex e apoio do COB e CBVela.
A vitória na segunda regata da Bacardi Cup foi dos noruegueses Eivind Melleby e Joshua Revkin, que lideram na classificação geral com 3 pontos perdidos. A segunda posição é da dupla italiana Diego Negri/Sergio Lambertenghi, com 5 pontos perdidos. Scheidt e Fatih estão em terceiro, com 10 pontos perdidos.
O Brasil tem mais barcos na disputa em Miami: Lars Grael / Samuel Gonçalves (17º), Alessandro Pascolato / Henry Boening (31º lugar), Admar Gonzaga Neto / Alexandre Figueiredo de Freitas (27º), Marcelo Fuchs / Ubiratan Matos (74º). O proeiro brasileiro Bruno Prada, que veleja com o norte-americano Augie Diaz, está na quinta colocação.
Temporada 2018 - Scheidt vai se dividir entre um amor antigo e uma nova paixão em 2018. O bicampeão olímpico traçou os objetivos para a nova temporada ancorado em dois pilares, a Classe Star e a Vela Oceânica. Fora do ciclo para os Jogos do Japão, em 2020, o velejador de 44 anos se mostra animado com o desafio de se manter competitivo em duas categorias diferentes do iatismo.
“A temporada 2018 vai ser bem interessante, pois vou mesclar competições na Star, uma de minhas maiores paixões, com a novidade que será a campanha no TP 52, uma das grandes competições de Vela Oceânica do mundo”, revela Scheidt. O novo projeto ratifica suas palavras do velejador ao anunciar, no fim de 2017, a desistência de lutar por uma vaga nos Jogos do Japão, quando garantiu que não se aposentadoria.
Scheidt vai integrar a equipe Phoenix na TP 52 e está animado. “É um projeto brasileiro, com tripulação quase integralmente nacional, boa parte composta por velejadores olímpicos. Serei o tático do barco e estou bem empolgado. É uma oportunidade legal de voltar a competir na classe oceânica em alto nível, retornar para esse mundo de barcos grandes em um dos melhores circuitos do mundo”, revela. Em 2001, como timoneiro do barco ESPN Brasil, ele ganhou o Campeonato Brasileiro, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Em 2009 e 2010, integrou a tripulação do italiano Luna Rossa na TP 52.
A primeira disputa na TP 52 será em maio, em uma regata preparatória em Palma de Mallorca, na Espanha. Depois, serão cinco etapas da 52 Super Series 2018: Sibenik 52 Super Series Sailing Week – 22 a 27 de maio - Sibenik, Croácia; 52 Super Series Zadar Royal Cup –19 a 24 de junho - Zadar, Croácia; Rolex TP52 World Championship Cascais 2018 – 16 a 21 de julho- Cascais, Portugal; Puerto Portals 52 Super Series Sailing Week –2 0 a 25 de agosto - Mallorca, Espanha; 52 Super Series Valencia Sailing Week – 17-22 de setembro - Valencia, Espanha.
Na Star, o grande objetivo de Scheidt é a SSL Finals, em dezembro, nas Bahamas, competição a qual conquistou a medalha de prata em 2017, ao lado do proeiro Henry Boenning, o Maguila. Antes, vai disputar o Campeonato Paulista, em Guarapiranga, na Páscoa. “No segundo semestre, vou encaixar o Campeonato Sul-Americano, no Rio de Janeiro, em novembro. Mas pode ser que eu ainda entre em mais competições. Tudo vai depender da agenda”, conta Robert.
Carreira vitoriosa - Robert Scheidt tem duas medalhas de ouro olímpicas (Atlanta/96 e Atenas/2004 e uma prata (Sidney/2000) na classe Laser, mais uma prata e um bronze na Star (Pequim/2008 e Londres/2012). Ao todo, são 11 títulos mundiais na Laser e três na Star. Na Rio/2106, terminou na quarta colocação. Scheidt tem patrocínio do Banco do Brasil e Rolex e apoio do COB e CBVela.
Maior atleta olímpico brasileiro
Cinco medalhas:
Ouro : Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na classe Laser)
Prata : Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)
Bronze : Londres/2012 (Star)
177 títulos - 86 internacionais e 91 nacionais, incluindo a Semana Internacional do Rio, o Campeonato Brasileiro de Laser e a etapa de Miami da Copa do Mundo, todos em 2016. Em novembro de 2017, pela Star, conquistou a Taça Royal Thames.
Laser
- Onze títulos mundiais - 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013
*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
- Três medalhas olímpicas - ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000
Star
- Três títulos mundiais - 2007, 2011 e 2012*
*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
- Duas medalhas olímpicas - prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012
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