São Paulo (SP) – Robert Scheidt competiu pela primeira vez na Semana de Vela de Kiel em 1993. Desde então, conquistou quatro títulos, sendo três na Laser e um na Star. Aos 44 anos, consagrado como lenda viva do iatismo, o bicampeão olímpico alinhou para a largada da primeira regata da edição 2017 da Kieler Woche, nesta quarta-feira (21), como se fosse sua estreia da tradicional competição alemã. E que estreia. Ao lado do proeiro Gabriel Borges, venceu a prova inicial da classe 49er, foi terceiro na sequência e fechou o dia com um sétimo lugar, desempenho que valeu a vice-liderança na classificação geral. Nesta quinta-feira (22), a dupla volta ao mar para mais quatro provas disposta a repetir o bom desempenho.
Em sua primeira temporada na classe 49er, Scheidt busca experiência a fim de iniciar um novo ciclo, visando os Jogos de Tóquio, em 2020, onde pretende lutar pela sexta medalha olímpica. Daí a sensação de novato na abertura da Kieler Woche 2017. Porém, o ‘frio na barriga’ da estreia passou junto com o tiro de largada. “Foi um bom começo para a nossa dupla. As condições foram favoráveis à nossa velejada, com vento fraco e médio, com muita oscilação. São situações as quais tenho uma boa experiência aqui em Kiel. Conseguimos boas largadas, boas decisões em relação ao vento e estamos bem contentes de ter velejado na frente nas primeiras regatas”, avalia o iatista, patrocinado pelo Banco do Brasil e Rolex, com os apoios do COB e CBVela.
Com o bom desempenho nas três regatas desta quarta-feira, Scheidt e Borges terminaram o primeiro dia com 3 pontos perdidos, após um descarte, apenas um atrás dos líderes, os neozelandeses Josh Porebski e Trent Rippey. Nesta quinta-feira (22), o bicampeão olímpico coloca o barco na água para mais quatro regatas e não espera vida fácil. “A expectativa é que o vento aumente de intensidade e isso, tecnicamente, deve aumentar o nível de dificuldade para nós. A previsão é para mais frio, tempo mais chuvoso e mais vento. Vamos ver. Mas seguimos confiantes em dar o nosso melhor. De qualquer forma, estamos mesmo muito felizes com a estreia em Kiel”, afirmou o maior medalhista olímpico do Brasil, com cinco conquistas.
A disputa da classe 49er terá em média três a quatro regatas por dia na Alemanha. Nesta quinta-feira, os 69 competidores ainda serão divididos em dois grupos. Os melhores correm na flotilha ouro nesta sexta-feira e no sábado. Os dez barcos mais bem classificados alinham para a medal race no domingo, quando serão definidos os campeões e está programada a cerimônia de encerramento da Semana de Vela de Kiel. A outra dupla brasileira na competição, formada por Carlos Lorente e Marco Grael, está em 15º lugar.
Crescimento - A evolução de Robert na 49er pode ser comprovada pelo seu desempenho. Na Copa Brasil, disputada no início de março, em Porto Alegre, venceu quatro regatas, as primeiras na nova categoria, conquistando a medalha de prata. Antes de competir em águas brasileiras, disputou a etapa de Miami da Copa do Mundo de Vela, em janeiro. E conseguiu o 16º lugar na disputa que reuniu 26 barcos com os melhores iatistas do planeta. Na Miami Mid Winters, também no início de 2017, conseguiu 11º lugar no campeonato que envolveu 17 competidores. Mais recentemente, no final de março, correu o Troféu Princesa Sofia e novamente fez um 11º lugar.
Maior atleta olímpico brasileiro
Cinco medalhas:
Ouro : Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na classe Laser)
Prata : Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)
Bronze : Londres/2012 (Star)
176 títulos - 86 internacionais e 90 nacionais, incluindo a Semana Internacional do Rio, o Campeonato Brasileiro de Laser e a etapa de Miami da Copa do Mundo, todos em 2016
Laser
- Onze títulos mundiais - 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013
*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
- Três medalhas olímpicas - ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000
Star
- Três títulos mundiais - 2007, 2011 e 2012*
*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
- Duas medalhas olímpicas - prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012
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Scheidt e Borges em ação em Kiel
(Kieler Woche/Divulgação)
Logo Branco do Brasil
(Divulgação)
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(Divulgação)
