Travessia do Atlântico: Beto Pandiani e Igor Bely já estão a caminho do Brasil
21.03.2013
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VELA
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Despedida do público
Maristela Colucci
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Foto da dupla
Maristela Colucci
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Hora da partida
Maristela Colucci
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Contorno da última boia
Maristela Colucci
Expedição náutica de 7.400 quilômetros começou nesta quarta-feira (20) e deve terminar só em 30 dias em Ilhabela, no litoral norte de São Paulo
São Paulo (SP) - A Travessia do Atlântico começou e a dupla Beto Pandiani e Igor Bely já ultrapassou as primeiras 100 milhas (185 quilômetros) do caminho da África do Sul até o Brasil pelo oceano. Ao todo, o catamarã sem cabine percorrerá 4.000 milhas náuticas (7.400 quilômetros) sem escalas. As primeiras horas, como eram de se esperar, não tiveram muitos avanços no que se refere à distância. O vento não soprou forte, mas o suficiente para enjoar os velejadores. Sensações comuns a todos os aventureiros que se lançam ao mar para desafios como esse.
"Variação de ventos e ondas desencontradas. Sacudimos muito nas primeiras horas. Eu, para variar, mareei e fui dar uma descansada. Tinha me esquecido como é duro no começo: as noites são longas e frias, estômago embrulhado, nada a fazer a não ser esperar o tempo passar", relatou Beto Pandiani, que apesar de sua experiência em travessia, sentiu os efeitos do barco balançando. "Quando começamos a andar, deixamos para trás Robben Island, a ilha onde Nelson Mandela ficou aprisionado por muitos anos. Não senti vontade alguma de conhecer aquele lugar".
Encarar toda essa agitação nas primeiras milhas da saída da Cidade do Cabo já era uma situação prevista. A região é rota de passagem de cargueiros que abastecem os portos da África e da Ásia. "Virava para um lado, para outro, saia da barraca lateral para ver se havia algum navio. Havia muitos, e aqui navio é como espinha, quando menos se espera eles estão na cara".
Cabe a Beto Pandiani e Igor Bely se revezarem para evitar colisões indesejadas com os cargueiros. "À noite, com o mar melhor, ficamos na espreita com alguns minutos de sono. Quando clareou o dia o cansaço era enorme, mas o vento que temos é muito bom e o Picolé avança bem. Passamos o dia descansando e revezando a vigia. O Igor descobriu algo único. No seu turno no leme, ele percebeu que o barco estava tão equilibrado com as velas, leme e vento, que sozinho conseguia manter o rumo desejado. Ou seja, o Picolé parece que conhece o rumo de casa e sabe que do outro lado desta imensidão de água, tem gente que nos ama e está nos esperando", contou Beto Pandiani.
Na fase inicial da Travessia, os ventos devem ficar perto de 25 nós (46km/h), o que exigirá mais do veleiro Picolé. Por isso, Betão e seu parceiro acreditam que os treinos e as avaliações iniciais, feitas nos últimos dias, foram importantes. Na Cidade do Cabo, a dupla fez todos os testes para ter segurança antes de partir.
Em linha reta são 4.000 milhas náuticas (7.800 quilômetros), mas a viagem se tornará ainda mais longa, já que Betão e seu parceiro Igor Bely precisarão aumentar o caminho fazendo uma parábola, o que vai dar ao todo 5.000 milhas náuticas (9.260 quilômetros).
A dupla escolheu biscoitos, presunto cru, pasta com pesto, pêssegos, maça, biscoitos de carne e muita água como cardápio do primeiro dia de viagem.
A Travessia do Atlântico tem o patrocínio de Semp Toshiba, apoio de Mitsubishi, Red Bull e Certisign. Os colaboradores são Reebok, BL3, Sta Constância, Azula, North Sails e Track and Field.
Perfil de Beto Pandiani - Brasileiro, 55 anos, formado em administração na Puc-SP
O santista Roberto Pandiani, há 18 anos realiza expedições de alta performance pelos mais temidos mares do mundo a bordo de catamarãs sem cabine. Filho do também velejador italiano Corrado Pandiani, conquistou prêmios nacionais, internacionais e coleciona marcas vitoriosos na história da vela mundial. A primeira virada na carreira profissional foi deixar um estágio na Pirelli, quando cursava administração na Puc-SP. Depois, atuou como empresário do entretenimento.
Durante os anos 1980 e 90, Pandiani foi proprietário de diversas casas noturnas que badalaram as noites paulistanas: Singapura, Aeroanta, Clube Base, Olivia e Mr. Fish, entre outros negócios. No final dos anos 1990, deixou o ramo do entretenimento para assumir a vela como profissão e negócio, passando a trabalhar exclusivamente com o esporte que é a paixão de sua vida. As expedições de Roberto Pandiani originaram cinco títulos pela Editora Terra Virgem: "Entre Trópicos", "Rota Austral", "Travessia do Drake", "Rota Boreal", "Travessia do Pacífico" e um livro de histórias: "O mar é minha Terra", pela Editora Grão.
Atualmente tem ministrado palestras sobre planejamento, gerenciamento de risco, superação de resultados e trabalho em equipe para grandes empresas, entre elas Caloi, Credicard, Reebook, USP, Bank Boston, Atos Origin Brasil, Unibanco, Citibank, Votorantim, Medial Saúde, Cia Vale do Rio Doce, Novartis, Banco Itaú e HSBC.
Perfil de Igor Bely - Francês, 29 anos, formado em engenharia mecânica em Lyon, França
Nascido na Ilha da Reunião, no Oceano Índico, Igor viveu seus primeiros 18 anos a bordo do veleiro de seus pais, Sophie e Oleg Bely, conhecendo parte do mundo e aprendendo quatro línguas, que hoje fala fluentemente: francês, português, inglês e espanhol. Fez sua primeira viagem à Antártica com 2 anos de idade e aos 3 anos foi personagem da reportagem de TV "Igor na Antártica", realizada pela então Rede Manchete.
Com mais de 200 mil milhas (400 mil km) navegadas, tem em sua trajetória mais de 20 expedições à Antártica e a regiões polares como Groenlândia, Labrador, Geórgia do Sul, Alaska e Cabo Horn. Participou como apoio de duas expedições polares do velejador Roberto Pandiani (Travessia do Drake e Rota Boreal) e foi também foi velejador na Travessia do Pacifico.
Os fãs da vela oceânica e da dupla Beto Pandiani/Igor Bely podem acompanhar toda a aventura pelo site:
http://travessiadoatlantico.tumblr.com
Flávio Perez - Mtb.: 45562
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